De motociclo

Enquanto se pensam e se imaginam as imagens em movimento que irei filmar amanhã, lembro-me da minha cidade e das viagens de motociclo pelo meio da avenida de Roma de dia e da avenida Infante D. Henrique de noite. Por agora permaneço a Sul, nas águas mornas, na areia fina. Preparo mais um dia absolutamente normal para quem está em descanso, para o captar em filme. O movimento do andamento sobre um motociclo e as imagens que registam o momento dos movimentos entre a casa e a praia. Para noutra hora recordar o que está a ser e aquilo que já foi.

Primeiros Dias

A semana chega a meio, após a primeira ida ao Sul para os primeiros dias de praia do ano. Tudo estava como antes. A praia longuíssima e cheia de veraneantes, o mar com água a uma temperatura agradável, a estância e as suas diversões nocturnas. Acompanhamos o primeiro dia de praia da nossa sobrinha, com direito a registo fotográfico e tomamos os primeiros banhos de sol e mar do ano. A ida e volta pela estrada larga com uma paragem para café, bolachas e água. O sol e aquela areia ficam à nossa espera para daqui a uns dias regressarmos aos mesmos locais, aproveitando o tempo para estar em família.

Ressaca

Ainda na ressaca do regresso a Portugal e à realidade do dia-a-dia num Agosto em Lisboa com menos gente e algum calor. Visita-se a família, as casas, os espaços e as pessoas. A nova casa no Estoril, que já parece mesmo a casa dos avós, depois de uma viagem com o sol de frente na auto-estrada com mais movimento. A cidade está mais tranquila, o comboio passa à mesma hora de sempre, e vamos emprestando o nosso empenho no trabalho. Tudo começa quando o trabalho termina, com o regresso a casa e o descanso durante um mês de maior fastio. Regressamos à rotina e deixamos que o tempo comece a fazer o seu efeito, para começar a realizar a fortuna que é poder conhecer tantos sítios novos e rever gente que já não víamos há tanto tempo.

Sobrevoar

Voei durante algumas horas até chegar ao espaço aéreo nacional. Como viajei por Madrid foi possível sobrevoar a península entre as duas capitais dos países que a formam. Observei com atenção a extensão do areal de Tróia e da Comporta, o estuário do Sado, a serra da Arrábida, e as praias da costa da Caparica, até chegarmos à cidade de Lisboa que vai ficando cada vez maior até o avião começar a travar. A chegada à cidade e a recepção ali no aeroporto da mesma mulher que deixei na estação de Pensilvânia no dia anterior. As viagens originam mais viagens, ou pelo menos a vontade de as programar. Para além das viagens vai começando a tornar-se real a hipótese de uma vida num país diferente, onde as possibilidades de evolução e desenvolvimento podem ser maiores e mais estruturadas. Com a vista da costa portuguesa a cortar o mar que aparece diante de mim.

Família Distante

A segunda semana de férias nos Estados Unidos da América foi passada com a família do lado do meu pai. Mais precisamente a família do irmão da minha avó, que faleceu há cerca de uma década. Foram dias mais tranquilos, em que fomos recebidos pela minha tia e um dos primos direitos do meu pai. No primeiro dia almoçámos com toda a família, a minha tia, os seus cinco filhos e as suas famílias, e quase todos os netos do meu tio-avô num churrasco luso-americano. Ficámos hospedados em casa da minha tia em New Bedford e passámos muito tempo em família, com jantares, almoços e encontros, e também visitámos a zona sudeste da Nova Inglaterra. Desde Newport ao Cape Cod. Para o fim ficou reservado um dia inteiro em Boston e outro dia num parque de diversões cheio de montanhas russas e escorregas de água. Foram dias de descanso e diversão com a família que está distante, a quem agradeço a hospitalidade.