segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Três Dias

O nosso Natal, que agora são três dias, já terminou. Terminou, mas deixou as suas marcas na memória que ainda é recente. Ao celebrar o nascimento de Jesus, celebramos também o nascimento do nosso primeiro filho. É assim desde o ano passado. Será assim para sempre. Os dias são de festa e de comunhão e sucedem-se um a seguir ao outro, desde a celebração de aniversário em nossa casa, com poucas paragens e muitas viagens entre as casas de família. É bom, apesar de ser cansativo. A viagem entre as casas com um bebé de um ano implica uma logística maior, com presentes, camas desmontáveis, peluches e malas com fraldas, roupa, soros, aspiradores nasais, e tudo o que acompanha uma criança pequena. A sensação de cansaço é claramente compensada pela oferta, pela reunião de todos em torno de um só acontecimento de três dias.

domingo, 20 de dezembro de 2015

Voracidade

Não há muito tempo para me sentar e escrever, a passagem dos minutos é incessante e incansável. Parece que agora começo todas as entradas desta forma, mas não é por falta de ideias, a ideia mais forte é mesmo esta e tem sido assim ao longo de todo o ano. Apesar da reorganização, o mais importante é aproveitar o tempo livre para estar com a família e ver o nosso filho a crescer. Esta realidade traz por isso uma escolha e uma decisão. Por isso este texto e tantos outros acabam nesta reflexão e não na descrição de momentos. Os momentos dos últimos dias podem resumir-se ao encontro e à partilha, de jantares alusivos à época e de balanço do ano que termina, aos concertos de celebração familiar e intimista. A voracidade da passagem do tempo segue dentro de momentos.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Reorganização

Próxima estação: Azinhaga dos Alfinetes. Estou a chegar a casa e passo na ponte sobre o comboio onde se vê o rio e a vista do estuário. Já é noite escura e as luzes dos carros brilham e movimentam-se ao longe. Há sempre uma nova rotina que encontramos passados alguns meses. Tem a ver com a natureza humana e necessidade de reorganização dos dias após uma disrupção com uma anterior rotina. Reencontrado o equilíbrio há um novo olhar sobre o dia, sobre o movimento desse dia e uma súmula que é mais fácil fazer de um conjunto alargado de dias. Já se consegue ouvir um disco ao fim do dia, enquanto a minha mulher vê mais um episódio da série televisiva que está a gravar. No próximo capítulo falarei nas prioridades, da forma como as prioridades se entrelaçam com os equilíbrios.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Pálpebras

São as pálpebras que se vão fechando e tentando que o adormecimento seja real. São várias as noites que as pálpebras ganham à vontade de ficar acordado mais uns minutos. Tem sido assim praticamente todos os dias. Começo a escrever ou a ler, a ouvir música ou televisão e a batalha do sono é ganha por elas. De dia, antes da fadiga se instalar, vou olhando para as pessoas com quem me vou cruzando, muitas vezes as mesmas de dias anteriores. São dias consecutivos da mesma caminhada entre trabalhos. Até o texto se vai apagando em vez de ir avançando. Perco o fio à meada até me encontrar novamente em frente ao ecrã. Até ganhar mais uma batalha às pálpebras que ainda não fecharam, até escrever a última frase de mais um dia que acaba.