domingo, 26 de outubro de 2008

O fim do Indie

Quando vi o "Juno" e percebi ao fim do primeiro minuto que era um dos piores filmes que estava a ver, decidi ficar na sala até ao fim para contar a quantidade de clichés que inundava o filme do início ao fim. Até hoje ainda não tinha lido ninguém que conseguisse resumir tão bem aquilo que eu pensei no final da fita. Até sexta-feira, dia em que o ípsilon publica a tradução de um artigo assinado por Ann Hornaday, do Washington Post, intitulado "From Indie Chic to Indie, Sheesh". É o artigo mais obrigatório do ano. Se é assim no cinema, na música não é muito diferente.

9 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Alguém que me compreende! Detestei a chachada indie que é o Juno.

26 de outubro de 2008 às 12:12  
Blogger Calor Humano disse...

Almirante! Bem achado este artigo! Bom ponto de partida para um tema muito interessante.

E eu a pensar que só eu é que não tinha gostado do Juno. Mas não subestimemos o seu sucesso. Há um público para quem aquele filme é muito importante e isso é bom, e motivo para o filme existir. O que é preocupante é que um filme juvenil (sub 20) seja visto por adultos e como um filme para adultos.

O normal seria haver mais gente como nós - dos 20 para cima - a não se identificar com o filme e mais gente com menos de 20 a gostar. Fantástico quando os produtores se apercebem que toda a gente gosta do filme e não só a camada jovem para quem tinha sido pensado.

As pessoas querem ser crianças cada vez até mais tarde. As pessoas deixaram de ver o que há de fascinante em ser adulto. Já ninguém tem forças, nem coragem, para isso. A vida de adulto é tão dura, as pessoas estão tão mal preparadas... É isso que me parece preocupante.

Apesar de ter achado o filme péssimo, adorei adorei vê-lo com o meu irmão de 13 anos, e achei muito muito querido que ele tivesse gostado. Os casais de 30 anos à minha volta a rirem-se de uma chavala nojenta com piadas nojentas sem qualquer respeito pelo bebé que tem na barriga é que me fez impressão.

Acho que já escrevi de mais.

26 de outubro de 2008 às 13:18  
Anonymous Anónimo disse...

Pedro (homem terra), resumiste na perfeição a minha opinião e reacção ao filme (excepto a parte do teu irmão, porque infelizmente não tenho irmãos com quem ir ver filmes sub-20).

Fiquei perplexa com a quantidade de malta das nossas idades a endeusar aquela banhada. Acharam que o argumento é muito sincero e cool, pois a mim pareceu-me despido de qualquer pingo de humanidade.

E continuas a acertar na mouche quando apontas o dedo a esse desejo de continuar na Terra do Nunca que é tão comum à maioria da nossa geração.

26 de outubro de 2008 às 14:21  
Blogger Martinho Lucas Pires disse...

eu até achei piada ao filme. não o detestei. concordo que é um cliché pegado de uma ponta à outra (odeio a palavra indie como género quer cinematográfico quer musical) mas até tem alguma graça, tipo fábula quase cartoonesca (porque quem leva aquilo a sério está na sala errada certeza).

26 de outubro de 2008 às 14:48  
Blogger joão moço dos recados disse...

Nesta não consigo concordar. Adoro aquilo, acho que consegue retratar todos os clichés do cinema indie na perfeição, sem se resumir apenas a isso. Por trás de todos os clichés há um subtexto muito interessante e é isso que dá toda a piada ao filme e ao argumento. E depois tem o Michael Cera e os Sonic Youth a tocarem a "Superstar" dos Carpenters, o que é quase meio caminho andado. Muito, mas muito pior este ano foi a banhada do The Hottest State, do Ethan Hawke, esse sim é só clichés sem passar do mesmo, o menino triste porque a namorada e o pai o abandonaram e é o filme todo nesta banhada.
Há mais no Juno do que à primeira vista aparenta, é o que tenho a dizer.

26 de outubro de 2008 às 15:12  
Blogger Almirante disse...

João, é também por ter o Michael Cera e os Sonic Youth a tocar Carpenters que o filme é mau. O argumento falha em toda a linha, a história é má.

"talvez mesmo o termo "indie" deva ser banido - e em vez disso redescobrir valores como a inteligência, verdade emocional, peso moral e comedimento, que serão algo de duradouro muito depois de os temas recorrentes do "indie-chic" e hermetismo arrogante se terem completamente gasto."

Isto é, está na altura de voltar ao essencial, ao clássico. Aquilo que verdadeiramente perdura.

26 de outubro de 2008 às 18:28  
Blogger Martinho Lucas Pires disse...

embora o efémero, por mais efémero que seja, enquanto dura, também agrade.

27 de outubro de 2008 às 11:30  
Blogger Calor Humano disse...

Mais uns comentários para continuar com a discussão porque estou a gostar:

- O juno tem grande banda sonora! É verdade, gosto mesmo muito da banda sonora do Juno. É muito melhor que o filme. Como o almirante disse, é por isso que o filme é mau. Entre comprar um disco com o filme ou com a banda sonora, comprar o da banda sonora.

- Sobre o artigo, a única coisa que discordo é que todos os filmes lá referidos como maus, o sejam. Eu não consigo parar de rir com o Napoleon Dynamite e o Little Miss Sunshine foi o melhor filme de comédia do ano em que saiu. De resto sim, são todos maus.

Acho que devíamos os que aqui estamos devíamos começar um Blogue informal de debates sobre cinema num estilo Eixo do Mal mas melhor, contando que eu seja o Luís Pedro Nunes, o Almirante o Nuno Artur Silva (o moderador que nos juntou), a Joana necessariamente a Clara Ferreira Alves e os outros podem escolher. Ahahahah. Tá feita a proposta.

27 de outubro de 2008 às 13:58  
Anonymous Anónimo disse...

Alinho nisso, Pedro (homem terra)! Desde que não me façam descolorar o cabelo, tudo bem. Mas o blogue pode não ser só sobre cinema, eu tenho opiniões sobre quase tudo.

27 de outubro de 2008 às 17:08  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial