Vida privada
Não me sai da cabeça e apesar da aceitação inicial é incrível a justificação do não-jornalista à minha provocação. Usar um espaço num jornal, aquele tipo de espaço, para decifrar opiniões pessoais. A vida privada a misturar-se com a vida pública. Clarifico: Quem lê uma crítica deve ser correctamente informado sobre o disco e sobre a banda e não é isto que acontece. Tenho liberdade de me sentir incomodado e de chamar a atenção para isso. Os objectivos do texto do João Lisboa são desleais com o disco, com a banda, com as canções e com a editora que é responsável por tudo isto. Haja mais lealdade e verdade.
23 Comentários:
Agora, não tenho tempo para responder, mas este post carece de resposta detalhada.
Mais logo.
Editado às 12:01
Usar um espaço num jornal para decifrar opiniões pessoais.
PARA
Usar um espaço num jornal, aquele tipo de espaço, para decifrar opiniões pessoais.
Estava francamente convencido que a discussão sobre este assunto tinha, pacificamente, chegado ao fim. Afinal, parece que não...
Recapitulando: 1) no texto que escrevi sobre o álbum d'Os Golpes, citei (integralmente) um post do Tiago Guillul, publicado no blog dele; 2) quanto ao álbum propriamente dito, considerei-o "bom" ainda que claramente derivativo do imaginário dos Heróis do Mar; 3) sendo o Tiago alguém "de dentro", no círculo Flor/Amor (desconhecia e continuo a desconhecer se existe alguma fricção entre as duas editoras), pareceu-me fazer sentido colocar essa perplexidade dele no corpo do texto; 4) o resto anda aqui por posts e caixas de comentários.
"Não me sai da cabeça e apesar da aceitação inicial é incrível a justificação do não-jornalista à minha provocação"
"Aceitação inicial" sua ou minha? E de quê? Não percebi. Eu, de facto, aceitei o seu "mal entendido", procurei esclarecê-lo e, até há pouco, parecia-me que o processo estava concluído. Afinal, confessa que fez uma "provocação" (não eu) e publica ainda mais um post sobre o assunto... o que, agora, não me sai a mim da cabeça é essa ideia da "provocação"...
"Usar um espaço num jornal, aquele tipo de espaço, para decifrar opiniões pessoais. A vida privada a misturar-se com a vida pública"
"Vida privada"???!!!... Importa-se de repetir?... Um post publicado num blog (coisa mais pública não há) acerca de um concerto (público, público, público) de (público) lançamento de um disco é... vida privada?!!!... Procurar entender o significado socio-político-estético do comentário (público) do Tiago é invasão da privacidade? Por amor de (o seu) deus!...
"Quem lê uma crítica deve ser correctamente informado sobre o disco e sobre a banda e não é isto que acontece"
Errado. E é um erro bastamente básico: quem pretende ser correctamente "informado" acerca de um disco ou de uma banda lê o press-release ou entrevista-a. Quem lê uma crítica, lê uma opinião. Individual, subjectiva, contestável. Crítica não é "informação" e isto é o bê-a-bá" mais rudimentar. Como diz, "tem a liberdade de se sentir incomodado" e eu tive a liberdade de redigir o meu texto como entendi, de acordo com as razões que já repetidamente expliquei. Não lhe retiro a "liberdade de se sentir incomodado" mas os fundamentos do "incómodo", agora, dedinitivamente, escapam-me. Pelo que afirmar:
"Os objectivos do texto do João Lisboa são desleais com o disco, com a banda, com as canções e com a editora que é responsável por tudo isto. Haja mais lealdade e verdade"
me escapa muito mais ainda. Há aí uma qualquer teoria da conspiração ("objectivos"??? "deslealdade"??? falta de "verdade" - seja lá isso o que for -?) da qual, lamento, mas não faço parte. Mas que me chamou a atenção para um pormenor em que, só agora, reparei: o seu post anterior começava com "Quando o assunto parecia arrumado...". Espera lá! Havia, portanto, "um assunto" que teve de ser "arrumado" e que, aparentemente, o meu texto voltou a "desarrumar". Desconhecia e peço desde já perdão se, inadvertidamente, fui revirar fantasmas familiares ou teológicos. Mas podia ter dito logo.
Now stop worrying and enjoy your life.
Abraço
Caro João Lisboa,
Nunca tinha percebido a natureza de tanta acrimónia para consigo e as suas críticas musicais, até ao dia em que li o seu texto no Expresso sobre Os Golpes. Como leitora, leiga, anónima, desinteressada e recente fã d´Os Golpes na sequência de um excelente concerto em Corroios (é verdade, a veia de socióloga deu-me para tanto; que pena não ter lá ido, com o Tiago Guillul, para ver uma plateia tão diferente daquela que foi evocada), senti que a sua crítica foi vazia, pedante e preguiçosa. Se uma leitora sente este desagravo, que dizer dos visados, que hão-de ser postos nas bocas do mundo-que-lê-o-Expresso por pouco mais de um comentário emprestado? Se lhe pagam para escrever opiniões, faça a gentileza de as formular convenientemente.
Almirante e Golpes: rapazes, numa perspectiva de marketing (a minha outra veia), julgo que terão a agradecer à crítica do João Lopes a publicidade gratuita que vos fez, ao vosso público e às contas bancárias de todos. Doravante, o mulherio irá cair-vos aos pés. Eu irei só esperar por mais concertos e álbuns. Força.
"Nunca tinha percebido a natureza de tanta acrimónia para consigo e as suas críticas musicais"
Nem eu. Até porque nunca dei por ela (quer dizer, espero que haja uma boa meia dúzia de inimigos ferozes... até me ficava mal não os ter). Mas prometo que vou estar mais atento.
"senti que a sua crítica foi vazia, pedante e preguiçosa"
Estraga-me com mimos. Mas não os mereço: para aí dois terços (ok, mereço o "preguiçosa") são uma citação do Tiago Guillul.
"Se uma leitora sente este desagravo, que dizer dos visados"
Acha mesmo que ver um disco classificado como "bom" (três estrelas e tudo) cria mau ambiente? Bah...
"terão a agradecer à crítica do João Lopes a publicidade gratuita que vos fez, ao vosso público e às contas bancárias de todos. Doravante, o mulherio irá cair-vos aos pés"
Lisboa, João Lisboa, não Lopes. Embora, por acaso, o João Lopes (vénia!) também costume defrontar-se com este problema da fúria de fãs perante... uma opinião pessoal. Mesmo quando... é boa. Muito mulherio, pés e contas bancárias para todos.
O que mais interessa dizer, é que a crítica feita só diz uma coisa sobre o disco: que ele é "bom". De resto, o que o crítico faz é copiar o tal post do Tiago Cavaco. Num espaço para crítica de discos e tendo em conta a responsabilidade que o crítico (em sentido abstracto) tem, isto é estranho. Primeiro, o próprio comentário do Tiago é discutível e pouco claro, não evidenciando o sentido ou o "tom" com que o crítico o usa (e a cópia integral não contradiz isto). Depois, o post era exclusivamente sobre o público de um concerto. Num espaço que não é de artigos de opinião, mas sim de crítica de discos (fundamentada, sim, na opinião do crítico sobre OS DISCOS), o que o crítico faz é um abuso. Não defendo nem ataco os golpes, mas acho que é de mau tom o crítico fazer-se de desentendido quando na sua crítica há uma única palavra dedicada ao disco ("bom") e uma data delas apontando um dedo preconceituoso à banda, mesmo que esse dedo não seja o seu. Para além de que citar uma pessoa que conhece pessoalmente a banda num sítio com a projecção do expresso é, diria, uma ousadia. O Tiago não escreveu aquilo numa crítica ao disco dos golpes num jornal, escreveu-o no seu blog, o que é muito diferente. Não me choca qualquer tipo de posição que tenha em relação ao disco e à banda, mas choca-me a sua preguiça e inconsequência.
Este comentário foi removido pelo autor.
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Caro João Lisboa, concordo tanto com a RR como com o Pedro Tavares.
Acho que o que se tem estado aqui a debater é algo bastante simples e que precisava de muito menos palavras, e talvez graças as essas palavras em excesso, não tenha ficado claro para o João o que sentimos face à sua crónica sobre o disco d'Os Golpes:
Sentimos que não prestou um bom serviço a quem o lê. Sendo que escreve num jornal, quem o lê é potencialmente toda a gente. Logo, não está a prestar um bom serviço à sociedade.
Apenas tem de admitir que falhou e que Os Golpes são a melhor banda portuguesa em actividade, mais nada.
"Sentimos que não prestou um bom serviço a quem o lê. Sendo que escreve num jornal, quem o lê é potencialmente toda a gente. Logo, não está a prestar um bom serviço à sociedade"
Esse "sentimos", na 1ª pessoa do plural, é tão, tão, português!... "somos só dois (ou 20 ou 30 ou 100) mas SENTIMOS, [modo televisivo] 'nós, os portugueses, leitores de críticas de música'![/modo televisivo]". Acontece que, mesmo que fosse um milhão, a minha última preocupação será sempre "prestar um bom serviço à sociedade". Primeiro, porque não faço a mais pequena ideia do que seja "a sociedade" (são os seus amigos? os meus amigos? a sua família? as pessoas de Oliveira de Frades? o sindicato dos metalúrgicos?); segundo, porque mesmo que soubesse, por causa da "sociedade", nunca alteraria uma vírgula ao que escrevo.
"Apenas tem de admitir que falhou e que Os Golpes são a melhor banda portuguesa em actividade, mais nada"
Ah, pronto!... se é só isso, não custa nada: falhei e Os Golpes são a melhor banda portuguesa em actividade. Satisfeito?
Comentário final: está dissecado até ao miolo este assunto. Agora que o contraditório está feito, siga para bingo. Sexta-Feira, Smix Smox Smux, A Armada e o deserto branco no Santiago Alquimista. Hoje inicia-se o silêncio.
Adenda: Abraço ao João Lisboa e a todos os leitores.
Ahahahahahah ;)
Satisfeitíssimo!!
Agora sim. João Lisboa é o maior crítico de Portugal!
Eu sempre soube.
Como o devido respeito por todos, porque é que perdem tempo a escrever textos complicados sobre música que é básica?
Isto não é sobre música, é sobre ética
concordo em absoluto com tudo o que escreveu o João Lisboa, e não entendo a celeuma criada à volta de este assunto. Se a crítica, que na sua forma e conteúdo é sempre e imperiosamente um exercício de liberdade individual e estética do crítico, foi incomodativa, o que deve ser revisto é a noção de ética (de que alguém aqui fala), mas ética social, liberdade individual de apreciação que cada um tem e exibe da forma que bem entende.
Se o essencial é a banda e o lançamento do "Cruz vermelha Sobre Fundo Branco" (que aprecio, diga-se), porquê então um evento como um concerto de apresentação? E se é este evento que marca a estreia do álbum, como ignorá-lo?
Têm liberdade os críticos, temos liberdade nós, somos todos muito livres.
Não vê que o que se está a praticar aqui é o pensamento que não constava da análise ao disco?
E sim, concordo, o concerto de apresentação é importante. Mas não é o disco.
Caro João Lisboa,
Vou usar a sua forma de argumentação.
""Aceitação inicial" sua ou minha? E de quê? Não percebi. Eu, de facto, aceitei o seu "mal entendido", procurei esclarecê-lo e, até há pouco, parecia-me que o processo estava concluído. Afinal, confessa que fez uma "provocação" (não eu) e publica ainda mais um post sobre o assunto... o que, agora, não me sai a mim da cabeça é essa ideia da "provocação"..."
Aceitação minha ao que foi publicado. Provocar é sinónimo de desafiar. Desafiei os leitores a analisar o que foi publicado.
"Vida privada"???!!!... Importa-se de repetir?... Um post publicado num blog (coisa mais pública não há) acerca de um concerto (público, público, público) de (público) lançamento de um disco é... vida privada?!!!... Procurar entender o significado socio-político-estético do comentário (público) do Tiago é invasão da privacidade? Por amor de (o seu) deus!..."
Sim, a sua estupefacção com as palavras do Tiago Guillul sobre o concerto são uma questão da sua vida privada. Na sua vida pública é crítico musical e tinha uma tarefa nas mãos e resolveu satisfazer as suas dúvidas privadas.
"Errado. E é um erro bastamente básico: quem pretende ser correctamente "informado" acerca de um disco ou de uma banda lê o press-release ou entrevista-a. Quem lê uma crítica, lê uma opinião. Individual, subjectiva, contestável. Crítica não é "informação" e isto é o bê-a-bá" mais rudimentar. Como diz, "tem a liberdade de se sentir incomodado" e eu tive a liberdade de redigir o meu texto como entendi, de acordo com as razões que já repetidamente expliquei. Não lhe retiro a "liberdade de se sentir incomodado" mas os fundamentos do "incómodo", agora, dedinitivamente, escapam-me. Pelo que afirmar:"
A minha frase está incompleta sem a frase anterior e deu azo a uma má interpretação. Escrevi: “Usar um espaço num jornal, aquele tipo de espaço, para decifrar opiniões pessoais. A vida privada a misturar-se com a vida pública. Clarifico: Quem lê uma crítica deve ser correctamente informado sobre o disco e sobre a banda e não é isto que acontece.“ Nunca disse: quem critica deve apenas informar. Porque informar, informa sempre. Deve, de facto, informar o público da sua opinião crítica sobre o disco. Não é isto que acontece neste caso. Neste caso a sua crítica foi preguiçosa.
“me escapa muito mais ainda. Há aí uma qualquer teoria da conspiração ("objectivos"??? "deslealdade"??? falta de "verdade" - seja lá isso o que for -?) da qual, lamento, mas não faço parte. Mas que me chamou a atenção para um pormenor em que, só agora, reparei: o seu post anterior começava com "Quando o assunto parecia arrumado...". Espera lá! Havia, portanto, "um assunto" que teve de ser "arrumado" e que, aparentemente, o meu texto voltou a "desarrumar". Desconhecia e peço desde já perdão se, inadvertidamente, fui revirar fantasmas familiares ou teológicos. Mas podia ter dito logo.”
Não há conspiração. Os seus objectivos com a análise ao disco foram os de desencriptar uma opinião pessoal de alguém, e sobre um concerto e não o disco, e que não está envolvido com o processo criativo. Também tenta provocar alguma fricção entre a Amor Fúria e a FlorCaveira. Logo, usa abusivamente um espaço que é seu desrespeitando todos os envolvidos. A banda, a editora, o próprio Tiago, que infelizmente nem devia ser para aqui chamado. O Tiago é igual às restantes pessoas que assistiram ao concerto. Foi isto que o João Lisboa não compreendeu.
(continua)
“Recapitulando: 1) no texto que escrevi sobre o álbum d'Os Golpes, citei (integralmente) um post do Tiago Guillul, publicado no blog dele; 2) quanto ao álbum propriamente dito, considerei-o "bom" ainda que claramente derivativo do imaginário dos Heróis do Mar; 3) sendo o Tiago alguém "de dentro", no círculo Flor/Amor (desconhecia e continuo a desconhecer se existe alguma fricção entre as duas editoras), pareceu-me fazer sentido colocar essa perplexidade dele no corpo do texto; 4) o resto anda aqui por posts e caixas de comentários. “
1) Não escreveu sobre o álbum d'Os Golpes.
2) A única coisa que disse foi que era bom e que era derivativo dos Heróis do Mar e do pós panque do mesmo período. Mas porquê? Eu gostaria de saber e o resto dos leitores também. Será porque são ricos e se querem divertir?
3) O Tiago é um bom amigo, mas não faz parte da editora nem da banda. Como eu não faço parte da FlorCaveira, nem da banda do Tiago.
4) O resto faz parte da espuma dos dias.
Abraço,
Almirante
Para terminar, lembrei-me da palavra correcta para descrever o que o João Lisboa fez com esta crítica e em inglês: Gossip. Traduzindo: "fofocar; comentar sobre a vida alheia; intrigar; bisbilhotar".
Abraço,
Almirante.
Caríssimo Almirante (eu, que nunca na vida fui ou seria militar-ao-serviço-da-infame-pátria, a tratar alguém por "caríssimo almirante", só por si, era matéria ideal de sitcom): finito, kaput, já não há pachorra. Chega de crochet verbal. Quem entendeu, entendeu; quem não entendeu, entendesse.
Agradeço que me envie o álbum dos Smix.
Bom fim de semana.
Caro João Lisboa,
O disco "Eles São os Smix Smox Smux" será enviado em breve.
Cumprimentos,
Pedro A. Ramos
Amante Furioso
almirante,
és um chato.
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