quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Livres e Democráticas

O mais preocupante é que isto afecta a nossa vida. A nossa vida comum, a forma como gerimos as expectativas e olhamos para o futuro. Não sei se alguma vez escrevi aqui sobre política, é possível que sim. Mas desta vez o tom é mais sério e denso. A democracia falou e nenhum dos partidos e coligações tem a maioria dos deputados do parlamento. A partir daqui todos os cenários são possíveis, mas a mim, que sou um leigo na matéria, parece-me claro que a maioria dos votantes elegeu partidos ou coligações que defendem os nossos compromissos como nação, perante os nossos parceiros europeus, com quem partilhamos a moeda e por conseguinte o tratado orçamental. Por esta razão o governo, e a linha programática seguida, deveria ser formado pela coligação mais votada e pelo segundo partido mais votado. Em coligação, o chamado bloco central, ou com apoio parlamentar maioritário. Por outro lado, o partido ou coligação mais votada e o seu líder tem direito a ser nomeado Primeiro-Ministro. É assim desde 1976, por que razão deveria ser de outra forma agora? Se, depois desta nomeação, o governo cair porque não tem apoio parlamentar, porque o segundo partido mais votado decide apoiar uma moção de censura ou não aprovar, votando contra, o orçamento com o apoio da maioria parlamentar existente, iniciam-se novas formações governamentais. Formações essas que terão novamente de basear-se nos últimos resultados eleitorais. Caso estes resultados eleitorais não sejam esclarecedores e não seja possível formar essa maioria parlamentar que respeite os nossos compromissos europeus, então que seja dada a voz ao povo, em novas eleições livres e democráticas.

2 Comentários:

Blogger FAR disse...

Tens muita razão pedro e o Costa pensava assim, até há bem pouco tempo.
Só que agora quem ele esperava que votasse PS votou BE. O aumento de votos no BEdava para o PS ser o partido mais votado, até ter mais votos que a coligação. O Costa pergunta-se: mas quem votou BE e não PS queria uma política ainda mais contra a austeridade do que o PS. Posso permitir que se mantenha o que se passou desde 1876 quando o PCP e o BE aceitam apoiar o programa do PS?
A Assembleia só pode ser dissolvida em Junho, eleições só em Julho. Um Governo de gestão, sem orçamento é péssimo.
O Marcelo terá de tomar uma opção: pode dizer que se ganhar é porque o povo não quer um Governo com PCP e BE; o risco é perder e teremos 4 anos de Esquerda e sei lá quanto mais, porque o quadro de acordos parlamentares que se viveram desde 1976 se alteram, para sempre. Suponho que até o país voltar de uma crise profunda.
Outras possibilidades: Marcelo ganhar quando há um Governo PS, com apoio parlamentar do PCP e do BE, sem levantar problemas; o PS partir-se em dois, face à crise do país; o PS concluir que a crise obriga a novas eleições.
Infelizmente é o que nos espera.

14 de outubro de 2015 às 18:47  
Blogger Almirante disse...

O que nos espera são novas eleições legislativas em 2016, porque não se vão formar maiorias parlamentares sustentáveis neste quadro parlamentar. Infelizmente, ou não, é o que nos espera.

15 de outubro de 2015 às 11:51  

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