quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Velhos, Os Velhos



O primeiro disco d'Os Velhos é um disco inteiro. É uma gravação de várias sessões na sede e centro criativo da banda e isso sente-se em cada nota gravada que o disco emana. É um disco difícil e por isso mesmo muito compensador. É um disco que se tem de escutar muitas vezes para captar a espessura e a força de um conjunto de canções de uma banda que nasceu neste tempo mas pertence a um tempo muito próprio e a uma cidade antiga e aberta, Lisboa de seu nome. A indefinição das primeiras escutas dá origem a um significado único, de ruas e corações, de colinas e paixão, de prédios e melancolia. De um homem na cidade, na sua cidade, e a electricidade toda com ele. Um monumento de ritmos de bateria e baixo marciais, retorno de electricidade de duas guitarras e uma voz toda ali gravada, captada com todos os tons e todos os gritos. No meio disto tudo há canções, melodias por trás de cada audição, palavras muito fortes que um dia alcançarão o seu destino. A maior dificuldade de um primeiro disco de uma banda róque é a captação da sua energia e força ao vivo e este primeiro disco inteiro d'Os Velhos consegue-o de uma forma verdadeira e sincera, como provavelmente nunca foi feito cá. Essa é a sua marca, um disco que é um clássico moderno. Mesmo depois da modernidade já ter morrido.

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