terça-feira, 29 de setembro de 2009

Clássico do Hip Hop #7

Em 2009, Jay-Z já ultrapassou Elvis Presley no número de álbuns lançados a chegar ao primeiro lugar da tabela de vendas nos Estados Unidos. O relevo não irá para este facto nesta entrada. O relevo irá para o tema "Hard Knock Life (Ghetto Anthem)", presente no terceiro disco de Jay-Z, estabelecido no subterrâneo com Reasonable Doubt e dando um passo para o predomínio com o segundo disco. O terceiro disco é algo inconstante, por isso mesmo uma grande canção destaca-se ainda mais. Aproveitando uma amostra do tema com o mesmo nome do musical Annie e com a produção de 45 King, a canção é incrivelmente simples mas de uma eficácia atroz. Por direito próprio e para sempre no salão da fama do género e possivelmente tão grande como "Love Me Tender".

Artista: Jay-Z
Faixa: Hard Knock Life (Ghetto Anthem)
Álbum: Vol. 2... Hard Knock Life
Ano: 1998
Verso: From standin on the corners boppin
to drivin some of the hottest cars New York has ever seen


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sábado, 26 de setembro de 2009

Estilo de vida

Sair do trabalho, na zona dos Anjos, para ir até ao Chiado assistir ao concerto de Blues Control. O trânsito caótico de uma sexta-feira à noite e decidimos estacionar na zona do Rato. Saímos e caminhamos a pé pela rua com mais charme de Lisboa, o conjunto Escola Politécnica, Dom Pedro V, São Pedro de Alcântara, Misericórdia, Alecrim. É precisamente no miradouro de São Pedro de Alcântara que paramos. Olhamos e descemos ao jardim dos bustos. Sentamo-nos enquanto a miúda do quiosque escolhe os temas que escutamos: Daft Punk, Phoenix, Empire of the Sun. Subimos e seguimos até ao Museu do Chiado. Assistimos primeiro à instalação sonora e visual da Tropa Macaca e depois à enorme lição ao vivo de Blues Control. O caminho de volta é feito com um disco na mão com a capa mais fixe do ano. No bairro não se conseguia passar tal era a multidão. Estilo de vida ou apenas mais uma noite vulgar na nossa cidade.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Sem ortodoxia

Sem tirar nem pôr, não tenho a mínima dúvida ao afirmar que a banda Diabo Na Cruz será próxima coisa grande nesta terra de loucos que estão certos. A mistura tradição que desagua no róque independente da escola portuguesa dos anos 00 tanto dará para o menino mais estudante dançar como para a rapariga de gancho em vias de extinção dizer que não gosta, para depois entrar no baile. A grande banda está já reunida e o trintão Cruz convocou o Fachada, o Barata, o Pinheiro e o Gil para a grande fanfarra. E atenção, o fonograma não contém ortodoxia cristã. Assim, sem ortodoxia.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Hipnagogia e Hauntologia

Existem poucas coisas que leio até ao fim. Uma das últimas coisas que li até ao fim foi o artigo na revista The Wire sobre Hypnagogic Pop escrito por David Keenan. Uma das mais interessantes reacções ao já famoso artigo na revista The Wire está aqui. O interessante aqui é ver como Simon Reynolds tenta desconstruir a etiqueta aparentemente criada naquele artigo a favor da sua etiqueta, a Hauntologia. Será então a Hipnagogia hauntológica ou a Hauntologia hipnagógica? A tentativa de explicar movimentos e criações sonoras dá nisto: artigos e opiniões a ler para no momento a seguir deitar fora. As etiquetas são lixadas.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Norte de África

E hoje Portugal sentiu Os Golpes. A Antena 3 e seu programa da manhã dedicou um espaço a um pequeno concerto da banda em versão acústica. A iniciativa partiu dos bons amigos da outra margem, o Barreiro Outras Músicas e o Tiago Sousa. Ao escutar os arranjos das canções lembrei-me imediatamente do Cantigas do Maio do José Afonso e da produção do José Mário Branco. Portugal já merecia outro momento destes há quase quarenta anos. Os Golpes vão estar no próximo dia dezoito no Auditório Municipal Augusto Cabrita no Barreiro, num festival que inclui nomes como Carminho, B Fachada, Tó Trips, entre outros. Bom dia Portugal, bom dia Açores e Madeira, bom dia norte de África.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Passatempos

Os novos passatempos destes tempos passam por listar tudo o que tenha a ver com a música e com as canções. Já não bastavam as listas do fim do ano, como agora começam a existir listas do meio do meio do semestre para eleger os melhores cinquenta da década passada a criar listas que passado uns dias já não terão interesse algum. Deste lado prepara-se o regresso aos discos. Reuniões com bandas, estratégias de lançamento, tele-discos e afins. O que interessa é olhar para o futuro e não para o passado. E o futuro, como se sabe, não vem em nenhuma lista.

domingo, 13 de setembro de 2009

O Traço Singular

Setembro marca também o regresso aos concertos de uma forma mais regular. Ontem, no Maxime, Os Pontos Negros regressaram a Lisboa depois da passagem por diversos festivais de Verão. Daqui da Ribeira agradece-se a dedicatória na canção em que se canta "mostra-me o teu traço singular, aquele que mais quero vislumbrar". O exemplo está dado e será com o vosso exemplo que iremos largar amarras e partir em direcção ao presente da música pópe portuguesa. O traço singular de cada uma das bandas do nosso tempo já não se apaga e com o tempo só irá tornar-se mais marcado e mais forte.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Almada Negreiros



Começar
Almada Negreiros (1968/69)
Painel gravado em pedra
Átrio de entrada do edifício principal da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O Verão Azul

O Verão teima em chegar ao fim. No fim não irá acabar. Até estar tudo gravado e preparado para apresentar ao público, a banda-projecto pode acabar, pode renascer, pode modificar-se, pode até mudar de nome. Tudo acontece porque nada acontece. Se nada acontece os substantivos voam e aterram noutras paragens. Por isso o substantivo encontrado é o reflexo do tempo presente e é muito melhor. Em breve a banda-projecto deixará de ser projecto e passará a ser uma banda. Antes que o Verão acabe e venham as outras estações do ano.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O Verbo e as Paisagens

Dois discos novos para uma entrada pela porta grande em Setembro: Logos e Landscapes. Atlas Sound e ducktails. Bradford Cox e Matthew Mondanile. Antes de escutar os dois discos é forçoso olhar para as capas. Duas ideias diferentes mas o conceito por trás do resultado tem uma semelhança: a queimadura das imagens. Na capa de Logos, Bradford Cox queima a cara. Na capa de Landscapes, Matthew Mondanile queima o fundo por trás das inevitáveis palmeiras. O verbo e as paisagens marcam o regresso à palavra e ao espírito do sonho.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Sala-quarto de ensaio

A sala-quarto de ensaio montada a preceito tem ajudado bastante na conclusão dos arranjos. Está montado um quadrado. Num dos lados, ao fundo junto à janela, a maquinaria informática e o sequenciador dos efeitos mais a mesa de mistura. No lado direito, como quem está de costas para a janela, o sistema de som com sub-grave ligado ao computador pessoal. No lado esquerdo o sintetizador Juno-60 e em frente, no último lado do quadrado, uma velha aparelhagem com quatro colunas para emitir o som do sintetizador. À nossa volta muitos brinquedos. Por isso surgiu a marcha maléfica da feira popular, que irá ficar para sempre presa a esta sala-quarto de ensaio.