terça-feira, 29 de março de 2011

Grande Disco

Aproveitando uma manhã livre, depois de uma noite de sono curto, escutei a maior parte das novas trilhas sonoras de Panda Bear, através de vídeos de concertos e sete polegadas que vão chegando aos poucos até nós. O resultado das audições revela um grande entusiasmo com o que aí vem. Sem o exagerado volume do concerto do Barreiro, o ano passado, e a mistura mais aprimorada, as canções revelam-se em todo o seu esplendor. As novas canções que entretanto apareceram mostram também as melodias que faltavam para equilibrar as batidas ácidas e narcóticas dos primeiros temas. Vem aí um grande disco.

sábado, 26 de março de 2011

Fidelidade e Consciência

Leio e cito sobre a fidelidade. A fundação de tudo o que nasce e perdura começa na fidelidade. Ser fiel ao nosso crescimento e educação, ser fiel aos nossos instintos e sensações, ser fiel às ideias e aos pensamentos. Sobre uma rocha se ergue uma casa, morada para sempre de um porvir. Se a casa nascer sobre a areia, à primeira tempestade é deitada abaixo e desmorona. A solidificação dos pilares deste edifício projectado assenta neste valor esquecido e inquebrável, e só depois tudo nasce. A fidelidade como consciência primária. As responsabilidades e a noção precisa de quem sabe exactamente o que está a fazer.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Esperança no Amanhã

Esperança para a nossa vida sabendo que o amanhã que virá será apenas uma parte do que foi planeado. A maior parte do nosso futuro está por construir e todas as escolhas que fazemos apenas servem para calibrar o rumo incerto que ainda vem por aí. Esperança pois os dias são de mudança e de incerteza. Se fosse tudo previsível e se o tempo fosse moldável então de que valia a esperança. A maior certeza que podemos ter durante a estadia nesta morada é a de que o nosso amanhã será imprevisível e pouco fiável. E as fundações dançam ao ritmo da insegurança.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Quase Comoção

Acompanhar mais de longe aquilo que se vai passando no mundo que foi também erigido por nós, é observar que o terreno cultivado está a dar frutos. É quase comovente escutar a banda Asterisco Cardinal Bomba Caveira na rádio nacional e a banda ser apresentada como a adolescência em todo o seu esplendor. É nesta naturalidade que penso quando vejo e olho toda uma linhagem de artistas que não tem medo algum em apresentar-se como é, com as borbulhas a rebentar no rosto e balões de água agarrados às calças. A adolescência e a espontaneidade daquilo que é autêntico.

sábado, 19 de março de 2011

Blinky Palermo



Título não conhecido
Blinky Palermo (1970)
Serigrafia sobre papel
59,6 × 59,9 cm
Tate Britain, Londres, Reino Unido

quarta-feira, 16 de março de 2011

Equilíbrios

Uma geração que começa a descobrir o que é o protesto e a força que tem a demonstração não pode acertar na forma logo à primeira. A confusão de estilos e de razões que uniram os milhares de manifestantes tirou força às ideias mais nobres, pois não é com os símbolos e cantigas de revoluções passadas que vamos lá. O mais importante é que há um movimento e há ideias, algumas boas, outras nem por isso. Olhemos para o mundo e para as condições que a velha Europa tem. Nós ainda somos os privilegiados e este movimento apenas reflecte o equilibrar de um mundo em constante desequilíbrio.

terça-feira, 15 de março de 2011

Madrugada Fora

Escutar um disco assim, na madrugada que aguarda o nascer do sol do outro dia, com as guitarras e as vozes a furar os tímpanos, no limite e no limiar dos decibéis permitidos para o ouvido, como se estivéssemos a presenciar o último ensaio de uma banda que se intitula Os Velhos. Palavras fortes e muitas vezes imperceptíveis, constroem assim uma parede invisível e um muro de som que é preciso furar, para aprofundar um significado inconclusivo. Velhos, inscrito no topo da capa do disco. Dizemos todos em conjunto: conservação dos pregos e do amor eterno. A juventude em marcha, madrugada fora.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Disco Disco Disco #11

Escrever sobre o disco e não destacar este trecho seria passar ao lado de um dos maiores êxitos do género. Tornou-se um tema tão banal que acaba por não ser fácil destacá-lo. Talvez seja essa a sua força, a sua banalidade. O ritmo habitual do disco com o baixo a construir a base da canção, um refrão que se cola ao ouvido, as cordas em notas elevadas a repetir a mesma linha musical. Uma variação ou outra para tornar tudo um pouco mais lento, para voltar ao ritmo inicial mais e mais uma vez. Boney M e um dos fundamentos do disco, com a canção "Daddy Cool".



Artista: Boney M
Faixa: Daddy Cool
Produtor: Frank Farian
Ano: 1976
Facto: A faixa "Daddy Cool" deu origem a um musical com o mesmo nome que estreou em 2006 no Reino Unido.

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sexta-feira, 11 de março de 2011

Grécia Antiga

De uma assentada, aproveitando a folga ferial do meio da semana, ficaram resolvidos diversos assuntos pendentes. A parte civil do processo já está em andamento, e a clássica viagem após a cerimónia está também praticamente fechada. Clássico aqui não surge apenas porque sim, será uma viagem clássica, em direcção à Grécia antiga, ao berço da nossa cultura. A capital Atenas e o seu Parthenon. As pitorescas ilhas Cíclades e a maior das suas ilhas, Naxos. Creta, a mais bela ilha grega, verde primaveril de paisagens silvestres, terra do Minotauro. Para o fim a celestial e pérola azul do Egeu, Santorini.

domingo, 6 de março de 2011

Maravilhas

Encontro-me a preparar a cerimónia do matrimónio. Depois do processo canónico estar terminado e autorizado, é necessário preparar a missa do sacramento. Começámos pela escolha das leituras e tudo é maravilhoso. Os dons e a diversidade, a festa e o vinho, e a aliança que existirá para sempre entre a esposa e o marido, manifestação de amor eterno. Aquilo que estabelecemos naquele dia irá marcar o resto das nossas vidas e a partir daquele momento seremos testemunho para a comunidade. Os nossos dons estarão ao serviço de um bem comum. A maravilha da partilha e da dádiva.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Precioso tempo

Naquela tarde de Inverno solarenga a descer a Rua Garrett viro à esquerda e em frente à Igreja do Santíssimo Sacramento está a panificação do Chiado, onde almocei uma fatia de quiche. Naquele espaço cheio de mármore existe um relógio grande a marcar o ritmo dos segundos que vão passando. A preciosidade destes segundos está a tornar-se cada vez maior com os dias a começarem de manhã e a acabarem de madrugada, com o metropolitano como melhor amigo, e as caminhadas de manhã e à noite na calçada portuguesa a gastarem a borracha das minhas botas americanas. Precioso tempo, cada vez mais precioso.