quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Proximidade e Respeito

Apesar de serem detalhes e pormenores as canções embelezam os dias e as horas. Este ano fica marcado pelo lançamento de dois discos inteiros de duas bandas maiores: Os Velhos e Os Capitães da Areia. Como duas faces de uma mesma moeda, as duas bandas dão existência a uma imagética muito própria, da própria pópe cantada em português. Os discos poderão passar discretos por entre a quantidade de oferta de novas bandas e sofrerão na pele a ressaca de uma proposta que não pretende ser apenas mais uma moda. Foram os discos que mais gosto tive em escutar e que acompanharam, quando tempo houve, as minhas tardes e manhãs de escuta sonora. Porque são os artistas que tenho mais próximos e pelos quais mais tenho respeito, proponho um olhar pessoal sobre estes discos nos próximos dias.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Balanço

Nunca como neste ano fez tão pouco sentido pensar num balanço a nível de canções e de discos, tal como nunca fez tanto sentido parar e pensar o ano que passou a nível pessoal e humano. Como se a importância da vida tivesse colocado as canções no seu lugar. Comecei o ano com o desejo da fundação. A fundação de um caminho muito maior do que aquele que poderia imaginar e sonhar. O sonho que comanda a vida fundou-se. A união matrimonial e a vida a dois. A importância deste facto, o início da construção de um templo e de uma fortaleza, deslocou as atenções das canções para as pessoas. No caso para as pessoas mais importantes da minha vida. O resto serão detalhes e pormenores de uma vida com um corpo e um sonho magistral.

domingo, 25 de dezembro de 2011

A Neve Branca

Na missa do galo e caía neve dentro da Igreja. O coro cantava o Gloria in excelsis Deo e o padre falava sobre a natureza. A luz, a eterna luz que aparece todos os dias. A esperança que não acaba, num futuro alegre. A família reunida, os presentes trocados, uma fotografia da natureza e do dia mais importante de todos, o da constituição de uma nova família, sobre as flores amarelas da primavera e o céu azul e branco. Cenário natural, de muita cor e muita luminosidade e que recorda aquilo de que são feitos os sonhos. De neve, que cai suavemente sobre nós todos os dias da nossa vida. A natalidade deverá ser celebrada, tão natural como a neve branca.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Converter

Resolver como sinónimo de converter. A resolução de alguma coisa implica sempre esta conversão e um espírito de abertura total. A conversão é também uma mudança radical, para sermos melhores, para nos tornarmos cada vez mais livres. Por isso não deve haver qualquer tipo de constrangimento quando queremos resolver e em última análise, quando nos queremos converter. O acreditar numa causa, a fé depositada numa ideia, a persecução dos objectivos imaginados. A aparente fuga é afinal uma questão de honra, da manutenção de um nível e também uma forma de protecção. Para haver conversão é preciso liberdade, para existir liberdade é preciso respeito. Do respeito à resolução convertendo em liberdade.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

De Ouro e Diamante

Há qualquer coisa nas batidas chungas dos grandes êxitos que passam nas rádios que supostamente não deveríamos escutar, que bate praticamente qualquer canção dedilhada e cantada de forma sentimental. Como se o sentimento não estivesse na interpretação da canção, mas no ritmo que as batidas impelem. As batidas e os teclados habilmente colocados por cima dessas mesmas batidas. A qualidade é duvidosa, e o sentimento todo ali à flor da pele. Refrãos em repetição constante, vozes carregadas de efeitos, espirais de trechos melódicos e sempre as mesmas variações. Essa novidade constante de cada vez que carregamos no play. De ouro e diamante e a sua qualidade é comprovada nos movimentos de anca que provocam.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Laudes e Canções

A procura de uma colecção de flores, o anúncio de uma boa nova, o tricotar das palavras e a disposição das letras numa folha em branco. Tudo isto é em resumo o que faz com que o coração continue a bombear o líquido vermelho através das artérias. Cantemos as laudes, rezemos as canções. As palavras colocadas na disposição imaginada por deuses, e as vozes em oração alegre, testemunhando a vida partilhada. O divino, o sonho, a manhã de sol, irrompe com os seus raios através das nuvens, como anjos que anunciam a notícia boa. Ardentemente desejamos tomar parte desse corpo divino e a única forma de o fazer é cantar. Cantar o que a nossa alma sente, porque o corpo, esse, há muito que já não é nosso.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Do Nevoeiro

O tempo verdadeiro é como um oráculo para um possível entendimento dos intermináveis segundos que passam. O nevoeiro que se abateu nos últimos dias na cidade, o conjunto de gotículas de água junto ao solo, impede a visibilidade ao longe. A navegação e a condução torna-se mais atenta e os sinais luminosos são ligados para que se marque a nossa presença. Esta representação no nevoeiro é a marca da existência e da sobrevivência. Ao impedir que a visibilidade seja plena o nevoeiro permite pensar no percurso mais curto, naquele que fazemos diariamente rumo ao destino traçado para todos nós. O nevoeiro torna-se então um processo feliz e seguro ao invés de uma esperança perdida que nunca se concretiza.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Róque ou Morte

Um dia todos seremos Velhos. A banda mais bonita da cidade tornou o autocarro, por onde no dia anterior tinha passado a electrónica pópe de Salto, verdadeiramente eléctrico. As palavras ditas a gritar, a electricidade dos amplificadores a debitar todos os décibeis cá para fora. Uma multidão aos berros e aos saltos e Lisboa livre e aberta, como sempre foi e será. Isto aqui é róque ou morte. Antes, na sala de cinema dois, as batidas em repetição de Aquaparque, ruído branco e sub-graves. O segundo dia do festival acabou assim, com a roquidão de uma voz plena de potência à espera de um dia ser revelada. Róque ou morte.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Disco Disco Disco #12

A possibilidade de não reconhecer este rife de guitarra neste momento é altamente reduzida para a maior parte das pessoas. Parte do segredo também está na sensualidade da voz principal feminina que dita o tom do tema. A junção destes elementos, com os coros das restantes vozes femininas, a batida comum, o baixo por trás e as cordas a aparecerem no momento certo, compõem este êxito e clássico. A verdade é que este tema teria sido para a banda Chic, mas acabou oferecido às Sister Sledge. Uma pequena história sobre o melhor dançarino em canção. O vídeo mostra o grupo em coreografias simples sobre um tapete, sombras de palmeiras tropicais por trás e dois vasos e no fim um dançarino de calças e sapatos brancos.



Artista: Sister Sledge
Faixa: He's the Greatest Dancer
Produtor: Bernard Edwards e Nile Rodgers
Ano: 1979
Facto: O rife principal de "He's the Greatest Dancer" é a base da canção "Gettin' Jiggy Wit It" de Will Smith.

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