terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Tempos Antigos

É mais um ano que está a chegar ao fim, mas este não é mais um ano qualquer que termina. É um ano marcado pelo nascimento e pela morte. Começo por relembrar a partida de um dos irmãos da minha mãe para juntos dos seus pais, para junto dos meus avós maternos. Foi com o meu tio, o irmão mais novo da minha mãe, que comecei a gostar de ouvir música, observando a colecção de cassetes com músicas gravadas da rádio ou escutando a criação de programas radiofónicos piratas, quando ficava a dormir em casa da minha avó. Isso mesmo me foi relembrado pelos amigos mais próximos do meu tio no seu velório, ao dizerem que eu com três ou quatro anos ficava no quarto do meu tio com ele, a acompanhar a sua convalescença de um acidente de viação. Recordo assim a vida do meu tio, a sua paixão que se tornou minha, a sua partida e a sua falta, a morte que nos vai levando a memória dos tempos antigos.