terça-feira, 29 de novembro de 2011

A alegria e o fim

A alegria na tristeza, no fim que indicia sempre um início de algo novo. O concerto no largo do miradouro da nossa cidade e a versão de uma canção que congela a noite até ser dia. A verdade que brota nas palavras das canções. A dança que os corpos dançam ao som do amor que é espalhado por três amigos na discoteca cheia de fumo. O fim é algo que se escreve quando se inicia algo novo. É assim na morte. A morte inicia uma outra vida. A manutenção da alegria e do sorriso, pois a verdade está nas palavras que cantamos e nos corpos que se movem em direcção à luz. Depois destes dias tudo mudou, depois de tudo mudar o fim estará cada vez mais perto e alegremo-nos com essa possibilidade.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Claridade e Vapor

A luz claríssima que entra pela retina na manhã de concerto é um forte sinal de bom agoiro para o restante dia. Ontem ao passar pelas escadas que sobem até ao apeadeiro reparei no musgo que nascia por entre as pedras, reflexo de noites frias e húmidas. É esta mistura de substâncias puras e naturais, a luz e o frio, a claridade e o vapor de água, que fazem estes dias curtos parecerem mais longos do que realmente são. A claridade como a luz viva que inaugura os dias em que vivemos e o vapor de água, responsável pela humidade, como sinal da presença desse elemento gerador de vida.

sábado, 19 de novembro de 2011

Natureza Viva

O espaço de terreno limitado por um muro, que acolhe a natureza viva, animais em estado selvagem, os gamos e os veados, coelhos bravos e javalis. Animais de caça. As magníficas árvores que sobraram ao grande incêndio de há uns anos perdem as folhas, que caem sobre as nossas cabeças. Os pinheiros mansos e os sobreiros enormes, a companhia de uma caminhada em passeio real por entre a luz caída de Outono. As cores quentes do início do fim de tarde dão lugar às mais frias do início da noite. Ali tudo é vivo, como o sangue que corre no interior dos nossos corações. A água escorre, o vento sopra e abana os ramos das árvores, até nos perdermos no meio de tanta natureza.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Como os Rios

O sonho, esse, jamais terminará. Continuam a existir razões para lá da razão, emoções para lá da emoção, sentidos para lá do sentido. Ainda que nos abandonem e deixem de crer em nós. Nós próprios, com o suor do nosso corpo, o sorriso da nossa cara, o amor do nosso coração, o sangue das nossas entranhas, retomaremos sempre o rumo certo sempre que nos estejamos a afastar ou o vento nos queira levar para as tempestades revoltas. Ainda que hoje o futuro seja incerto, tal como o futuro sempre é, a fé e a esperança irão guiar-nos até ao destino sonhado, imaginado por deuses e por poetas. Aquilo que nos une são as ideias, as pessoas seguirão como os rios.

domingo, 13 de novembro de 2011

Desfiladeiro de Samaria

sábado, 12 de novembro de 2011

Excêntricos

O espaço "temos música nostálgica" ficou aconchegado para receber o concerto de apresentação do primeiro disco da banda Os Capitães da Areia, O Verão Eterno d'Os Capitães da Areia. É um disco de um tempo em que a pópe era apenas pópe, mas com o olhar e as melodias do presente. Certamente irá provocar a divisão entre os que pensam demais e os que escutam as melodias e as cantam. A excentricidade tem destas coisas e não se pode agradar a gregos e a troianos. A pópe eterna d'Os Capitães da Areia é inquebrável. Dos fracos não reza a história. Os excêntricos tomarão este país cinzento demais.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Há seis meses

O tempo é uma máquina imparável para que nada volte a ser como já foi. Mas é possível parar esta sucessão de momentos. Reviver e recordar. Reviver o que já foi e o que ainda continua a ser. Recordar como foi e o que nos levou até ali. Escolhendo os momentos que queremos segurar, como se estes nunca mais passassem, porque se eternizaram. Há seis meses a Igreja antiga recebeu os votos de dois esposos e hoje, passados seis meses, os votos são renovados. Esta é a razão que leva a quebrar o tempo e o passar das horas. Será tão importante recordar hoje a data de há seis meses, como será daqui a muitos anos reviver os tempos que ainda iremos passar juntos.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Encosta resplandecente

Os jardins do grande palácio no alto da serra, os lagos de cor esverdeada, e as inúmeras espécies de plantas e árvores que repousam na encosta, como o cenário de um dia de passeio e romance constante. As nuvens pairavam ao longe, sobre os prédios das zonas residenciais suburbanas e ali no alto um dia como há muito não se via. A fidelidade como resposta à firmeza dos nossos corações. Quando assim é a natureza resplandece à nossa volta. Os pinheiros bravos, as sequóias gigantes, as árvores orientais e os diferentes géneros de palmeiras. Fiéis ao rumo traçado, rodeiam-nos com a sua grandeza e magnificência, e a encosta mais bela é o espaço onde crescemos e nos apaixonamos de novo.