terça-feira, 30 de setembro de 2014

Cheiro de Rio

A manhã começa com a perda de mais um autocarro que resolveu chegar mais depressa do que é costume. Vou então em direcção à paragem mais perto do rio e corro para apanhar o autocarro expresso. Sente-se o cheiro do rio e o dia começa a nascer, o sol começa a aparecer com o céu ainda alaranjado. A esta hora os autocarros já têm gente que olha também para o céu ou simplesmente para a sua frente e pensa no dia que se seguirá. O caminho de ida para o trabalho é sempre muito parecido, excepto neste dias em que tenho de correr para apanhar o autocarro expresso, que passa na avenida junto ao rio.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

No Alto

O céu e as suas nuvens têm proporcionado incríveis imagens nos últimos dias. Por vezes, na vertigem do chegar rápido ao destino nem reparamos no que se vai passando por cima de nós. Há nestas imagens das nuvens, de diferentes tamanhos e formas, uma procura constante por aquilo que está no alto. Isto é, aquilo que está acima de nós. Procuro as respostas que ainda não obtive, recebo perguntas sobre o que já foi vivido e já é passado. Esta é uma das formas que temos de tentar alcançar a grandeza do que nos rodeia. Não será a primeira nem a última vez que escrevo sobre as nuvens do céu, a própria vida encarregar-se-à de as colocar novamente no meu caminho.

sábado, 20 de setembro de 2014

Nova de Economia

As recordações de um lugar onde passei o meu quotidiano durante cerca de cinco anos. Voltar a um lugar assim é activar o modo memória de um momento para o outro. Os caloiros continuam a olhar para o céu quando passa um avião, a fachada do antigo colégio continua a ser enorme e amarela, o parque de estacionamento de terra é agora uma das partes do eixo verde que percorre Lisboa. A recepção continua igual com os seus azulejos e as placas que indicam os caminhos interiores. A reitoria que foi sendo construída ao longo dos anos em que lá estudei é agora uma caixa de fósforos branca que fica perpendicular ao edifício principal. Foi a observar e a recordar que voltei à Nova de Economia.

domingo, 14 de setembro de 2014

Da Lezíria

São nuvens que formam quadros ao vivo no meio da lezíria. Tudo o que começa tem de ser acabado, tal como os quadros que se pintam e se terminam. São dias para finalizar o que foi imaginado e agora é concretizado. Os dias ainda são de Verão mas a quantidade de nuvens no céu, de diferentes formas e tamanhos, e o tempo ameno, fazem lembrar a Primavera e o início do crescimento da natureza. São canções, sempre as canções, desta vez mais finais. Este conjunto de canções significam uma vitória, um crescimento, a passagem para a fase adulta. Como pessoas, como seres humanos. São estes os dias da lezíria, quadros vivos formados por nuvens.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Bricolagem

Foi uma semana longa, cheia de emoções fortíssimas, e também por isso mais introspectiva. Começámos a preparar a nossa casa para a chegada do nosso primeiro filho, que irá ser acolhido e muito amado. Há móveis que são adquiridos e montados, estantes que são penduradas, trabalhos que iam sendo deixados para a última hora e que por fim são feitos. Foi também a semana do regresso ao trabalho, à rotina do trabalho, à cidade de nascença, à cidade de adopção. A bricolagem que fomos fazendo para deixar a casa mais arrumada foi a actividade que complementou as outras actividades às quais nos dedicamos para termos as condições necessárias ao crescimento da família.